terça-feira, 25 de novembro de 2014

Da organização e da frustração, da vontade de superação

Tanto, tanto para fazer e tão pouca vontade. Tão pouco ânimo, se calhar. Nem sei bem.
 
Fico frustrada e zangada por não conseguir fazer as coisas ao ritmo que gostaria, por não ter mais força (tanto física, como anímica) para dar de vez a volta ao que é preciso, para ter finalmente tudo arrumado.
 
Sei que as coisas demoram o seu tempo, mas sou humana, impaciente e não gosto de esperar. Gosto de começar e acabar, de não ficar à espera ad eternum para concretizar objetivos e projetos.
 
Se for pensar bem sobre o assunto, nem tenho razões para me faltar o ânimo (caramba, há tantas pessoas em situações tão, mas tão piores do que a minha, do que a nossa!), mas o facto é que não tenho conseguido estruturar os meus dias nem torna-los tão produtivos quanto gostaria. Hei de lá chegar. Ou melhor, tenho de lá chegar, dê por onde der, que para a frente é que é o caminho e estou cansada de não sair "da cepa torta", como dizia a minha Mãe.
 
A mobília nova para montar (a bem da verdade, já estivemos pior... pelo menos os móveis do escritório já estão prontos e, dos roupeiros do quarto da miúda, já só faltam as portas e as estruturas internas) e tudo o que está espalhado pela casa para nela encaixar e arrumar (de uma vez por todas, caramba, que já estou farta de viver em modo "acampamento").
 
Tremo sempre que penso que vou ter de mexer nas tralhas e afins empacotados há não sei quantos anos, que têm de ser vistos e escolhidos, sobre os quais não tenho a menor vontade de lançar as mãos. As recordações são tramadas e dão-me cabo dos nervos, que fazer? Ter de lidar com elas devia ser fácil, são do passado, estão lá atrás e não passam disso mesmo, de recordações. Pois, pois, falar é fácil... Já fazer é algo muito diferente.
 
O trabalho da revisão da tese que tenho em mãos, com a releitura dos textos e passagem das emendas (sim, sou à moda antiga, ou da velha guarda, como prefiram, e prefiro trabalhar em papel. Não me venham com histórias! É com o papel à frente dos olhos que se faz uma leitura eficaz e atenta, sem distrações. Mesmo assim, há sempre algo que passa!) para os ficheiros e respetiva edição final.
 
O Livro do Meu Papá, prenda de aniversário do A., que está a meio. Encadernação e notas iniciais feitas, fotografias escolhidas e impressas... e tempo para as organizar, colar e legendar? Pois.
 
Os trabalhos para o projeto Cabecinhas Coloridas, gorros, cachecóis e tudo o que conseguir fazer para ser entregue na Acreditar ainda antes do final do ano. Com o stock de lãs que tenho, tenho bastante com o que me entreter, mas é verdade que também urge começar a pensar numa forma de angariar fundos para poder manter este voluntariado que tanto me diz e tão bem me faz. Afinal, as lãs não são de borla!
 
Os trabalhos para oferecer (dois bebés que vão nascer, algumas prendas de aniversário...) que estão na lista -  alguns já começados, outros apenas ainda em fase de decisão sobre qual será a sua forma final (gorro, cachecol, gola, manta?...)
 
O retomar da escrita que antes era a minha "imagem de marca", o meu mundo, uma das minhas paixões e que, agora, parece estar perdida algures, pois tudo me parece por demais fútil ou desinteressante. Se fosse pessoa de versar sobre a atualidade ou temas polémicos, de dar opiniões sem que mas peçam ou, simplesmente, de escrever "postas de pescada", talvez fosse mais fácil. Só que não sou!
 
Depois, a frustração imensa de sentar-me para fazer qualquer destas coisas e... fraldas para trocar, brincar, dar de comer, embalar, cozinhar, a lida da casa para fazer (loiça - abençoada máquina que comprámos há uns meses e que tem sido a minha salvação!, roupa, etc.). Onde paro o tempo para conseguir chegar a tudo? Como conseguir ter um tempinho para mim sem me sentir culpada pelo mesmo?
 
Atenção: Não me importo nada de estar em casa com a bebé! Nem um pouco!
 
Estou como sempre quis: A trabalhar em casa e a criar/educar a minha filha. E quem me vier dizer que "quem está em casa não faz nada", "vem de carrinho e vai de carroça", como dizia a minha querida Avó. Julgam que as coisas aparecem feitas do nada, não? Ter de lidar com este estigma também não é fácil e há dias (como estes últimos) em que não tenho mesmo paciência. Nem um bo-ca-di-nho. 
 
Resumindo e baralhando, oque me frustra tremendamente é a organização do tempo! Parece que fica sempre algo para fazer, que chego ao fim do dia e não consegui cumprir com o que de mim era esperado (por mim, note-se).
 
Ultimamente, para combater esta sensação nada agradável, adotei uma agenda onde vou anotando as diferentes tarefas, os projetos, o que vou fazendo e o que pretendo fazer. Nem sempre corre bem, mas sinto que já é uma ajuda para não me dispersar tanto.
 
Funcionará a longo prazo? "A ver vamos", como dizia o ceguinho.
 
Um dia de cada vez.
 
Por hoje, capítulo revisto e entregue e um (longo) post escrito e pronto a publicar. Seguem-se mais alguns pontos que (sei) vou cumprir. 
 
Hoje é um dia bom e, no final das contas, é o que interessa.
 
 
 

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